sexta-feira, 18 de junho de 2010

Embaralho

Sensatez não é coisa certa, não é coisa sólida, não é coisa útil
é coisa besta de quem não tem nada a perder no acaso
que tem tudo sob controle e sob medida
é coisa fingida de quem tem receios
de quem não arrisca, não petisca[não fuma, não bebe, não fode...]

Sensatez é coisa amargurada
de quem não tem fundo de poço, só tem uma beira, uma borda
de um buraco que nunca existiu [barreiras pra não-escaladas]
feito galinha sem muito osso, coisa maciça e sem graça

Sensatez é coisa amarela ainda
de um nunca ainda, um quase ainda, um quem sabe um dia ainda
[mas é nunca mesmo!sempre será...]

Tenho compaixão dos sensatos, pra não dizer abusinho
pra não dizer peninha, pra não dizer que tenho uma vontade imensa
tão grande e tão imensa e tão petrificante
de saculejá-los até formigar o cerebelo
de lhes arrancar os cabelos e coagulos...

pra não dizer que não tenho nada de bom no meu coração
eu tenho pulsos aleatórios[ritmados]
como qualquer outro futuro cadáver não emancipado
mas se sensato sou, ainda em meus inglórios dias
deixo uma mensagem vazia de quem não tem vários contos, vários casos
mas um receio bem grande de uma desilusão precoce
de uma morte prematura, de uma verdade crua
da impotencia frente ao inevitável

perdão se não sei distinguir o que é ser sensato
o que é ser covarde...

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.Pitacos alheios.