quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Reticências

mato&minto
lato&lambo
luta&foiçe
[ledo engano?]
troca o fone
coisa o coice
foste agora
cega noite
mata o rio
sede é água
mulambento, passa o rodo
mete a cara
pare para
saciar esta loucura
poetize...

se!

Labuta

cada um tem sua lógica de dizer maravilhas...

corro o olho na lata do pobre pedinte mendigo
jogo na beira estilhaço
Maroca cantando vantagem
gota pingada na margem
folha caída
e poesia

o velho na praça é pressa, crinça danada [pentelha, peteca]
mania de ser farofeiro, cabreiro morrendo de vespera

abraços [e braços] matuto, dengoso e largo
marina se forma, transforma, conforma medindo distância
careçe de apreço e de prosa o maroto sorriso
feito pinto no lixo e charque com farofa d'água

eu sei, essa longa guerrilha de versos sem sentidos
faz rimar isso e aquilo por empatia ou receio
quer cativar aos ouvidos, ao juizo ou resquicio qualquer
só um apelo conjunto de letras por coisa alguma

mas que é vida, é labor qualquer página que se vira...
qualquer dengo, qualquer vício e o peteleco na testa
é verso valsado na ginga da 'bonita, bonita'
vida que me leva agora

feito musica, feito escaladas
e aqueles passos que não nos levam a lugar algum
estáticos!
apreciando o que estar por vir...

cada um tem em sua inlógica a certeza de VIVER maravilhas...

paraíze-se, então, nos nós!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Conformação

nhá! não me vale nada forçar essas dores
por puro 'deslude' e acaso poético
deveria eu esquecer meus amores
e afogas as mágoas em puro ébrio
[desvanecendo as manhãs de chuva e culpas tendenciosas]

um copo quente vem afagar meus dias
um corpo quente, frio em mim deságua
e a maré da vida te fez o meu abrigo, meu juízo e minha calma
e ainda assim és das dores a mais doída
[bandida, distante e singular]

se na batida coração hesita
perdendo a calma, ascendendo centelhas, soltando faíscas
tendendo a fuga parcial da vida [alheia-se, viaja, corre para o lado de quem ama]
chorando as dores de coisas ainda não vividas [impossibilidade momentânea]
e volta...
Baque! epitáfio da minha vida [será Karma?]

mas se é chama ou coisa parecida
não é amor, não pode ser, é coisa antiga
mas nada me resta se não ouvir tuas musicas
apreciar de longe tuas formas, tuas curvas
esse jeito, esse giz , essa arte
como quem dança e brinca com o meu sorriso...

eu não desisto!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Desalento

eu perco a noite procurando o dia
maquinário frio pulsando sangue [agora]
atalaia atento vibra ao perfume [encandeia]
amador é só [caminhão vazio mendigando areia]

quanta mesmice em um só
de olhos a toa e a tudo
qualquer corpo é um corpo
qualquer coração é um pulso

hora medindo palavras, hora entoando sussuros
querendo esconder no sorriso,
um vício, um vazio, uns amores
no peito batuque do agora
sem freio, de tudo prova [zero sabores]

mas é certo que em tempo
tudo que sente se assenta
pra cada hora uma hora
e pra cada momento...
[pastilha de menta?]

inda carrego o vício das manhãs despedaçadas...

domingo, 3 de janeiro de 2010

Bóramar!

sentelha [fina] vermelho estalo em noite escura
fagulha que respinga vício de céu estrelado
carrega serena nos olhos doce encanto, menina
aduba morena no peito aperto e amores

fervilha os rubros rumores ao pé do ouvido
sorrisos e borboletas nuca e arepio
o brilho dos olhos espanto[por um fio]
o virgem orvalho da poça platônica

futuros e noites ardentes de verdades insólidas
carentes, carícias, apegos, chamegos abraços
olhares, perfumes de toques momentos minutos
cabelos, pernas e lobos [mordidas]

e não é amor completo e rico
se não for saudade, ausência e choro de graça
[baldes de esperança, litros de presença]
se não for preguiça, se não for rotina
se não for pirraça, se não for toalhas,
se não for pinturas, se não for cacos
e pratos, e chinelos, e pantufas, e bebes,
e ciúmes, e perfumes e manchas de batons...