quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Títere II

cada um sabe das dores e curas que leva no peito
os medos são tantos para uma única verdade, nua e crua
eu nao te quis privar desses teus amores
nem mesmo cultivar esta farsa de um penar irremediavél e corrosivo

Pois há os que dão espaço para que deles se apossem
como godas d'água que correm sua pele, o hábito...
[como que semeando cores em treva]

é o que se diz daquilo que não tem fim ou começo certo
mas pra que ter fim coisas que nunca mudamou que nunca são por inteiro...

se foi amor, ou similar ou nem isso
deixa que seja, então, cedo ou tarde, um novo dia
[que um dia as horas cansam de não passar...]

cuide-se!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Títere

e não venha esperar de mim benevolência...

não vou mais me gabar dessas minhas linhas tortas
não vou mais me iludir por estas tuas curvas
tu que me destes tanto pra sonhar acordada
hoje me fecha os olhos a mensão de novo dia

sei bem que neguei..a mim, a ti... esse canto
recatei teus litros de amor e concreturas
e chorei a ti, amor, as verdades minhas
[e pois, hoje vivo de sonhos, futuro e dieta]

cansei de rimas e coisinhas melodiosas
desses nossos milindros, frufrus e pelúcias
desses nossos livros de coisas guardadas
das nossas revistas de coisas e memórias póstumas
[como que semeando cores em treva]

é o que se diz daquilo que não tem fim certo
mas pra que ter fim coisas que nunca mudam?
se é amor, ou similar ou nem isso
deixa que seja, então, cedo ou tarde, um novo dia
[que um dia as horas cansam de não passar...]

domingo, 27 de dezembro de 2009

Carnival

maculada noite segue adentro
cantigas de ninar, Amazonas, sereno
corre rio adentro na mata escura e pende
luar dentre mechas de folhas e cipós nativos

mato na cara de foice de medo e de garra
figura trincada na terra se diz caçador,
[se diz criador, se diz criatura]

foge da noite e da crença da treva que mina
do sangue do leite veneno de vil criatura

crava no seio o escudo de alta bravura,
fere a terra o bravo, o médio insano
fita penoso o presunto caido na lama
pobre quadrupede [dócil, indefesso, extinto]

ronca a sobrevivência [razão ambígua?]
e não lhe nega a flora [intestinal] adubo
esconde no fundo da pança benevolência

tende piedade de nós...

domingo, 20 de dezembro de 2009

'Incompletude'

Há os que dão espaço para que deles se apossem
como godas d'água que correm sua pele, o hábito...

domingo, 13 de dezembro de 2009

Querido diário...

hoje não é dia de poesia
não é dia de prosa, nem aqui nem lá fora
a beira da rua, levando o sereno, tirando sarro

não é dia de bom dia, nem de boas novas
é dia de cautela, de esperar pra ver e se deixar levar

não é dia de drama, hoje é dia de cama, de lanche e cafuné
é dia de cangote, caquiado e fronha limpa
[coisa fina, puro luxo]

hoje não é meu dia de fé,
não é meu dia de pé, nem de inferno
[pessoal, impessoal, ou coletivo]

hoje o dia cheira a coisa antiga, de rima, de virar noite, de coisa enlatada
sonhar acordada, de chamar de esperança, chamar de otimismo coisas passadas
caras pintadas, sorrisos amarelos, farelo na mesa e pé de jaca

hoje não é dia de terno, samba canção, all star
hoje despenso vestidos, jaleco, boné e meu eterno nariz de palhaço
[pausa para o vídeo dos 'laços' do youtube, vide anexo, neurônio 3.578]

hoje fico com os abraços lentos, lenços e o que se diz eterno
fico com o inverno, com o outono e deixo o resto para a moça do calendário

hoje dispenso diário, canetas bic e papeis manteiga
dispenso manobras, andares, carpetes e chaves extras

hoje eu quero toda calma que o silêncio me puder provir
e pra quem quiser...pode vir comigo
que a pé sempre cabe mais um...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

até o mar...

Porque o mar também tem seus dias tendenciosos
tende ao tédio, tende a calma
tende a explodir em espuma e areia branca
envolvendo céu e terra em um novo dia...

domingo, 29 de novembro de 2009

Café

delícia, deleite que me toma, me tranca e liberta...
liquída-te, liquido-te [sedenta], engulo-te!
do gozo de beber-te, calor que me consome inteira
diz vício, diz toque da minha mania insâna

doente me fico e me 'dou por' à abstinencia momentânea
mas se o colorido me toma desta hipocondria dirigida
mascavo, lático, lúdico, amargo e puro
tirano, enfio à guela esse pó escuro

maldita química mortífera que me leva os anos
adoça a vida corrente é puro engano
colheres de meia vez mergulham impunes
açúcares e doses de leite desnatado
[agito]

Último chá, às 5:34 do dia seguinte


beira á mesa a xícara de tons pasteis
sobre a espreita e olhares de um penar corroído
é fé arriada às penosas prossissões da cura
releva a amarga descida ao inferno que é

confronta numa luta ferrenha só com esperança
não deixa calar a batida do corpo estendido
tortura daquele que se dôa [afinco]
sabendo que do outro esperaria o mesmo

busca reter-se a porta dessa agonia
sob a conformação de uma perda precoce
de um leito vazio, de um quase 'revival',
quase uma nova sinfonia

corre a angustia latente a embriaguez incongruente de 'desmemórias' etílicas
alheia-se na imensidão de coisas passadas[vazio]
na elevação da alma alheia...

sábado, 28 de novembro de 2009

Paixonite

sigo abismado [perene] sobre a relva curta
escaldante sol latejante ardor brasil
corre nas veias o sangue das gotas que vem lah de dentro
fere o cupido a carne do amor juvenil

ferve doçura e encanto de tensa pele
corre batida no peito acelere e devasta
chora a medida que perde a favor da desgraça
mergulha no abismo da alma querendo voar

- e ele cravou e sangrou em seu seio seu desencanto...

Impróprio

tem compaixão de mim, figura desconhecida
se teces esta conversa de pontos, de pontes a desfrutar
carrega a minha vontade nas costas carnivora e canibalesca
confesso nao ver que chegue e hora de saciar

[perdão se nao pude evitar estas ideias quentes]

mas que não há seduçao em palavras diretas
cultivo a ideia que medra todo esse jogo, essa dança maneira de acasalar
de se entregar de se render, de quase ir, quase vir na onda alheia

mas de pés no chão, posso jurar que sou rude e encantadora criatura
cuja sedução desnuda é a pura falta de manha e molejo
guardo no peito a vontade nao de desfrutar da pura e diretamente
completamente, docemente, saborosamente e suculentamente a dita fruta
mas se não apenas um olhar e um beijo

e chega pra mim o cume do prazer e deleite!
da alma o mais puro e intenso
orgasmo...

Flashback

.
Lunático!
guarda tua luz para quando trevas fores
guarda tuas cores, faz pintura encandecente
larga de contente se saudade é que te guia

Sorria meu caro amigo amargurado
que nao te devo nada alem de memorias infantis
embora nao te queira privar de uma saudade melodiosa
de sombras, beiras de arvores e migalhas de bolachas doces

manga de mim como se nao devesse a ninguém satisfaçao alguma
[dessas tuas risadas que feito fagulhas sintilam em noite escura]
guardando meus pés nas frias [noites] sob as cobertas
fazendo-me rir contigo na escuridão noturna que ascende
e fazendo poesia da minha mania de te gostar...
.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

In formalidades


.
É essa sua indiferença que me rasga ao meio
como que pedinte mendigando um gole dessa alegria que me trazes
fazendo para mim essas suas palavras sem dono
de quem tudo tem, de tudo que quer e deseja

não te quero agorar
mas espero que tenhas um grande amor nessa vida
que é tão cheia de tantas coisas que não sei bem o que são

e quem sou eu para te jugar e essas tuas palavras etílicas
a doçura que te escorre os dedos e chegam as pontas dos pés
sei que uma palavra tua me tras um nó na garganta
me tras aperto no peito e vontade de gritar

[de beijar, de abraçar, de arrancar(...), de morder, ate saciar essa sede 'canibalesca']

mas você é de risos e gargalhadas apressadas
de conversas velozes, saborosas
de birras e pirraças, de "tudo vai bem"
[God!] e de "tudo vai mal"...

perdoe-me por te traduzir [à mim] assim em tão poucas e curtas palavras
mas necessitava de externalizar toda minha paixonite afassaladora e momentanea[?]
meu desejo 'carniceiro', e minha esperança contida
de te ter um bocado para mim!

Te quero essa 'insaciância', essa ligeireza toda!

sem fôlego!

pra não perder a inocência, a irremediável entrega do minuto...
.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Perdão

.

Pela boca que te cala os desvaneios
segue regrada a vida
são águas passadas

desfalecem o amor
não é borbulha do presente
é tradução daquilo que vivi outrora

não me perguntes mais
se te devo alento
acantos prevalecem nas formalidades da vida
no formalismo emotivo, da natureza da alma

[nas dores que forjam as dores da carne
é aperto no peito, é nó na garganta]


não me questionem amor
frente aquilo que vos grito
nada posso fazer, se são de sangue
os tais nós...

filhos...

.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Carta a quem convir

Lapidar a dor É um presente
Momento

Tudo que eu queria era te dar
O que de melhor havia em mim

Mas você se apoderou de mim
E quem era eu [Meu Deus!] pra te convencer
Que a vida passa, o mundo passa
As coisas giram no lugar

E eu que nunca fui de ser assim
Fiquei!
Por um momento lindo, Tao bonito
Me contive ali a me torturar de prazer
A admirar, a desejar, a me prender
Num ser que ainda nao sei bem

Mas como tudo que surge de repente na cabeça
Da cabeça mesmo volto pro lugar
Se for somente imaginação, porque [meu Deus!]
Ei de calar comigo, essa fraqueza que carrego
Esse ‘deslude’ que eu sinto
Essa mania marzoquista de gostar

Eu gosto mesmo é desse cheiro colorido
Esse aroma contido
Nas palavras que sussuram na lembrança

Mas não me resta nada
O que me resta é esperança
Que se não for assim
Que não seja ruim...
Para mim!
A desistência de você...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Amanheceu

.
meu coração faz que para
dançando como que contente de ter, enfim, um sorriso teu
faz que cai e se balança, pendular, na alegria de ser seu amigo
é diário na esperança de ser seu pra sempre
mesmo que o pra sempre nunca mude da inexatidão
da lentidão encantadora e pacifica de um momento
um momento apenas, um momento sequer

parte de "Amanheceu"
.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

deriva-me, devora-me

.
toca o disco, que hoje é fita, hoje é música de coisa falada

na janela aberta, dispersa o perfume do meu amor
minha princesa encantada dos castelos que ergui outrora,
que vejo sucumbir [calada] no derradeiro destino de nós dois

que homem suporta [oh céus!] tamanha desgraça
da falência, a penitência de nada mais ser nessa vida
de nada ter, somente a vergonha dos dias inglórios

é fácil!
faz extensão da dor o cutelo...
.

domingo, 1 de novembro de 2009

Viela

.

recorri ao sangue[quente] naquela viela tensa e suja
que se fazia entre dois muros e visão alguma
eramos dois punhos serrados e um outro corpo bandido
eu era a sombra do peão acoitado
entre a imensurável desgraça dos 'de pés erguidos'
[ilhados infelizes mergulhados no orgulho de si mesmo]

nas fustrações constantes da alvenaria que se ascende
quase que sozinha frente ao seu executor coadjuvante
não era uma briga qualquer, não era uma luta mesquinha

era a disputa da carne e do suor
entre o criador e a criatura imponente
[é imponente nas igualdades dessa escala injusta]

pela sobrevivência nos becos de amargura
se não posso estar dentro dos portões protegidos
como me proteger de mim mesmo
e dos ferozes sem terra nem sol,
trancafiados do lado de fora do mundo dos que tudo tem

.

sábado, 24 de outubro de 2009

bléh!



.

as vezes dá uma vontaaade de sair correndo!
pegar o primeiro ônibus pra lugar algum...
descer naquela rua que eu já vi passar
andar pela calçada, suja, de pé no chão...
ver gente passando, de mil formas e cores
ver mil jeitos, mil amores, mil sabores diferentes de sorvetes e bolinhos quentes...
Petit Gateau's ambulântes!
mil suores exorcisando a mandinga das semanas que passam
festejando a vitória de ser eles mesmos por um momento sequer...
nem que seja uma única vez na vida...

.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

e faltou outubro...

.
eu tentei te escrever outro dia...
as palavras vazias que eu trazia dentro, comigo
corroendo a carne do peito, afundando o umbigo
essas coisas que se mostram em dores nas costas, crises de choro e dez quilos a mais
o meu dia passou, o meu tempo acabou, minha criança cresceu dentro de mim,
amadurecendo coisas já passadas, coisas não vividas
e exorcisando desejos infantis
coagulantes na vontade tao grande
desse grito rasgante de um desejo profundo,
inconcientemente insano, de ser mais feliz

mas, como tudo mais que eh nessa vida, felicidade eh relativo
tudo, enfim, eh relativo
relativo ao que sente, aos "relatives", ao "reactive", aos nativos das embriagancias de praxe

me chame de louco, de louca, de caduca e matuta
me chame de Nola, de Nolitis, de cara de bunda
Me chame de pá furada, de meia velha, sem lé ou cré
mas nao me tire a fé desse meu copo vazio, nem meio cheio...
(quanto mais meio vazio) meu copo vazio e meio
..dessa fé que tanto me queixo de ter perdido
no meio de um caminho no qual nao me guio
mas um dia, ah, eu sei que um dia essa fé ainda me encontra,
nesse mundo bola que gira e sempre volta...
sempre arrumando um jeito de nos invocar nossas dores antigas
ou mesmo os presentes que esquecemos de ganhar...

poizé...e como sempre reflete aquela 'doce fresta de esperança luminosa':
'nada é por acaso, meu amor'...
.

domingo, 20 de setembro de 2009

Hoje é dia de Maria

.

Poizé!
Hoje...
Hoje, aqui, é dia de Maria!
Aquela Maria guardada que eu levo nas costas,que eu levo no peito, no coração!
Hoje?
Hoje é dia das Marias do acaso, das Marias de alma...
das Marias que sonham, é claro, um sonho em comum!
Ser Maria é complicado, é ser uma vez e meia, é ser duas vezes e ser uma coisa só!
Mas hoje...hoje é o dia em que Maria faz as pazes consigo mesma!
Maria, hoje, faz as pazes com o mundo!
e ai do mundo se não a perdoar!
Porque hoje...Ahh...hoje!!
Hoje maria é maioria...
hoje é dia de Maria, e de quem mais vier com ela!

.

domingo, 30 de agosto de 2009

Pares

.

Um par e meio / Pra cada dia da semana / Um mês que vem / Um mês que vai / No mês que vem eu te juro / Te juro nunca mais / Uma tequila amiga / Um sentido aguçado / Um aperto no peito, / Um aperto de mão / Um sorriso entalado / Um sorriso enlatado / E uma boca trêmula / Só pra te ver partir / Um choro amargurado de quem dera ir / Quem dera vir / Quem dera ser essa coisa que te prende / Mas você quer voar / Quer partir de mim / Partir assim, sem sal / Sem paz, sem nada a dizer / Com tudo que tem / Com tudo de mim / Vai e não volta / Volta e meia diz que sim, que não / E não tem bem certeza da certeza de si mesmo / Insanidade? / Mata um, mata dois e meio / Corações que partem / Partidos se rebatem na cachola apertada / Na garganta doída / Na cabeça aprumada / Desapruma meu amor / Se arruma pra festa da despedida / É amor? O que é? / Uma vida / Uma vida e meia / Pra que meias me desse / Pra aquecer os pés / Pra não se resfriar / Se enrosca em mim, se despe e desmancha / Essa amargura repente / De quem quer encontrar / Uma pedra, uma ponta / Um pouquinho de sombra / No lençol encardido de mais de mil manhãs / Vem me devolve meu sono / Sê a minha alegria / Vem ser todos os dias / Que creio Deus dará / Vem ser o meu ‘pra sempre’ / Espero de repente / Poder, enfim... / Volta!

.

terça-feira, 30 de junho de 2009

dos teus, dos meus, dos nossos...

.

Das dores que ainda levo comigo das coisas ditas e não ditas
tristezas e alegrias de todos os momentos únicos
coisas só minhas, só tuas, de nós dois
lágrimas... das que não nos demos a chance de enxugar...

as que não deveriam chegar nem as maçãs do rosto

sonhos construídos, dos mais impossíveis aos mais reais
madrugadas ociosas (ou não), das manhãs pós brigas e pós declarações de afeto, de dores, de amores, de sofrimento, de saudade, da profundidade de tudo que fizemos e somos
todas as idas e vindas
todas as festas e farras (não ainda)
nossas danças imaginárias, do ritmo bom da sensação que nosso dia finalmente chegou,
de que nossa hora realmente é agora
e essa hora só nossa que nunca chega...

te dei meu tudo e meu nada
e você...idem
nos entregamos o suficiente para nos fazer assim
essa magia toda, esse encontro de almas
mas coisas do tipo não se acabam assim, simplesmente não se acabam...

.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Humm...

.

Às vezes é difícil entender os motivos... Mas os motivos sempre acabam compreendendo bem a gente! Às vezes as coisas não são só uma questão de escolha... Existe sempre a subconsciência dos fatos... e isso também a gente não pode, não consegue mudar. Tem gente por aew bem controlada, bem consciente, mas tem também quem ande bem longe de ser assim... Seus problemas têm mil listas e o maior deles é, de fato, não ter problema nenhum. Mas reclamar faz parte e tá na moda, o segredo agora é socializar, dividir e divertir as pessoas com as mancadas e tropeços diários. Quero mais não essa vida de coisas passageiras... Uma hora assim, outra hora assado e tudo volta ao normal no fim do dia. Cada qual com seu "saber ser" tem seu retrato (e gente grande vendendo essa história de crise existencial...) e quem não sabe... Acaba indo pra mulherzinha da cabeça... Ficar cutucando os fiapinhos da almofada torcendo pro tempo passar... Pra vida andar mais depressa...

.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Poeminha incompleto

.

bem que eu podia jogar tudo que tenho num copo
pra te refrescar uma tarde, pra te molhar a garganta
ou te dar um nó nela, quem sabe...

eu podia te cobrar uns ducados...uns bocados
só pra alegrar tua vida, te fabricar um bom dia
é...eu podia te vender alegria,pra te alegrar a manhã
ou fazer uns doces quem sabe...

doce de limão...

mas eu nem sou tão bom, eu nem sou tão mal
sou mais como um vaso na mesa, algo no pé da porta
no pé da escada, esperando um tropeço...

quase que como uma vontade enorme de se fazer notar...

.

sábado, 2 de maio de 2009

Corda e cacimba / Gelo e caçamba

.

Eu odeio tanto essa tua mania de saber mais que eu
não por saber e nem sabes, mas por querer sempre ser a dona da razão
não sou nada tua que te permitas fazer sentir assim
como dona de mim, como quem me manda e me julga
não quero, não posso mais olhar nesses olhos que são meus também
não suporto, não agüento, não te necessito mais
(talvez num passado muito distante, numa realidade que não é mais nossa)
se éramos como 'corda e cacimba' eu não me lembro
só lembro vagamente de segredos compartilhados, de uma cumplicidade conveniente
de uma vontade (uma realidade) de sempre falar e nunca ouvir
e assim te iludisse com uma amizade inexistente
(tentamos até, mas nunca conseguimos)
talvez a culpa não seja nossa, apenas nunca nos demos bem
fazer o que?
E agora que somos 'gelo e caçamba'
você vem tentar me provar que hoje estou diferente
que eu não sou mais a mesma
e se não somos mais como unha e carne a culpa é minha
que não soube me moldar ao teu jeito, as tuas vontades
porque mudar a mim é sempre muito fácil, muito cômodo
mas eu não sou mais assim, não posso mais
por que hoje eu sou bem mais por aquilo que me completa
por aquilo que me preenche e você está bem longe disso
bem longe de ser alguém que vale a pena pra mim
desculpe se não lhe agrado e se te nego um abraço as vezes
mas pra mim não é fácil essa sua hipocrisia deslavada
e desculpa se eu sempre te espero uma intenção por trás
um 'isto por isso', sempre pra se fazer de alguém
sempre pra me fazer de alguém
sempre pra se fazer de bem e me fazer de mal
não quero mais ser tua cúmplice como a anos atrás
hoje eu prefiro ser essa coisa errada que você me diz e desmerecer os teus sorrisos
que ser essa tua coisa certa estagnada no tempo e a teu dispor
desculpa, se não sou mais o que você esperava de mim
e se não consigo mais te olhar nos olhos
talvez a culpa seja minha, talvez a culpa seja tua
mas do que isso importa?
Sei que dentro de mim (e isto me parece irreversível)
já não somos as mesmas e eu não consigo, não posso
te amar como antes, como se espera...
.
eu sei que vou me arrepender mais tarde...

por favor, desconsidere!
.

'Corda e cacimba / Gelo e caçamba'
por mainha, pra definir a mim e minha irmã

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Balde

.

Amanheceu, nascente...

decresce da alma um amor infantil
porque falar de amor já é piegas
já é de praxe, não me preenche mais
nada mais nos preenche...

sopro um sopro vazio nessa corneta de sonhos intocados
nesse soneto sarcástico que é a vida
bonita, bonita...

quero-te mangar das valsas, das caretas do acaso
das tuas maças do rosto...das sardas que Deus nos deu...

porque a minha graça é a graça que eu tiro das coisas tuas
das nossas coisas, dessa nossa mania de ser cara de um e fuça do outro
não que não me queira gabar...mas sou tuas partes mais partes,
mais peculiares que te fazem assim, que me fazem assado...

sou um pedaço crescente...um balde d'água na margem do rio
pronto pra se jogar, pra se molhar nas turvas águas
pra se encher, pra se esbaldar...

as vezes eu só preciso de um pingado orvalho de esperança...
deixa eu cair na água antes que a chuva passe
antes que o rio seque...

.balde.

.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

"Um pouco de personalidade"...minha versão à Google

.

Personalidade é uma questão de escolha...
a minha escrevi "by myself" e guardei no fundo do armário...
(junto com as minhas meias desemparelhadas e meu sotaque de gente da capitár!)

Matuta e de pé na laje...meu amor não é igual ao seu, nem minha paixão é igual a sua...
eu amo coisas que você não enxerga, coisas que talvez nunca vai enxergar...
(nem que eu te esfregue na face...)

Minha paixão se abstrai na loucura do homem, no ritmo das máquinas e na exatidão das coisas que duram, que perduram, inerentes as novas coisas que apenas são...
(uma túia de coisas a mais...)

Meu amor está nessa ambiência tão...evolúpticamente efervecente das coisas que ficam, que ficam, que ficam...
eu amo essa coisa coisada que essa minha cidade guarda...
minha orgástica Recifuligem!

Não sei...essas tuas águas, meu rio de coisas passadas...
deve correr nas minhas veias...e nas veias véias dessa cara e mal amada cidade magestosa.
(É como uma saudade eterna de coisas que ainda virão... )

Ai, como queria te narrar teus saltitares tilintados de um coração baqueado e estonteante, estrondoso...e MÁGICO!
inenarrável figura que me colore a alma...
que me sorri a boca, que me bate na lembrança um batido surdo...

Esse é meu amor que não sei narrar...
que será sempre teu...
minha linda e eternamente..

.Recife.

.

domingo, 5 de abril de 2009

Enquanto se espera...

.

enquanto se espera há uma vista longe, uma ideia fosca
do tudo, é o quase nada que se preze

enquanto se espera há uma tentativa molenga
das coisas que se desejam, de coisas impensadas

enquanto se espera, há uma coisa e outra
sempre um amarelo quase, quase amarelo, quase humano

enquanto se espera, há sempre uma tentativa perversa de desistir por nada...
por uma tentativa chorosa de se não seguir em frente
seguir meio de banda, de má vontade...
só de esgueira pra ver quem consegue

enquanto se espera, enquanto se demanda força
enquanto se convoca agente
há sempre quem se ache no meio de tudo
como que de praxe, mareando um sopro de alguma qualquer coisa da vida

enquanto se espera, quase se completa, por um triz que quase
um sorriso pleno no rosto, um conseguinte, um milagre
um palpitar concreto das coisas que funcionam
das coisas que gozam do gozo da existência
coisas que se acendem, resplandecentes nos rostos que despertam
do alvorecer daquilo que nasce novo

tudo nasce de novo, do novo que se segue à todo e quase...
e quase...'quase' é o todo que nos une...
é o todo que nos impulsiona a vida...
é a engrenagem...(estabanada eu diria)
daquilo que se almeja...

.

domingo, 29 de março de 2009

Segredo

.

Eu carrego em meu peito mais que um coração relógio...

eu te levo comigo...

pois teu amor é pra mim como o que nos sustenta vida
o que nos trás um sorriso ao rosto, o que nos permite voar
porque és como o céu onde os meus sonhos residem
és minha noite escura dos amores de nós dois
essa nossa dor que por vezes dilacera a alma
és minha agonia de sempre, meu amor meu momento contido
és meu amor concentrado, meu alivio expandido
(como que um suspiro roubando o ar todo em nossa volta...)
mas não te quero roubar teus momentos de abstração da vida
quero te dar vida, te viver sem beiras nem horas
e esse nosso amor, amor...será de nosso tão pleno
quando não houver mais consciência nossa que nos guie
quando não houver chão , nem redes, nem listas de culpas e inocências
pois amor, que vida é essa a nossa, se faz sentido ela...
o único sentido que vejo, esta ditado no fundo dos teus olhos
(negros olhos nos quais me perco...)
como um clarão de esperança, e uma vontade bem grande de querer ser sempre mais
você será sempre uma alegria bem grande na minha vida...
e eu não consigo enxergar além desse felicidade...
coisa tão nossa e tão certa de si. É tão lindo, tão mágico...
esse nosso sabor das amarguras de nós dois...
ai de mim que sou teu segredo...
ai de mim que sou meu próprio segredo
como um medo de mim mesma estampado na alma...

já não é segredo...

.

;)

terça-feira, 17 de março de 2009

Sóis

.

Eu não te sei mais narrar, te contar
por nossos doces caminhos
de nossas angústias eufóricas, sinceras...
somos nosso próprio paraíso, meu amor...
pois sou teu sorriso e és minha alegria
és meu bom dia, minha...duas da matina
minha pontual lembrança de um coração pulsante
és minha dor mais sincera...
(sempre uma dor adiante, como que morrendo de véspera...)
és uma verdade tão minha, uma certeza tão nossa
que se faz pó à menor suspeita de si mesma
és meu segredo contido, é minha manhã mais completa
a mais bela das canções, cantarolada pelo canto da boca(trêmula...)
é um passeio no parque, no parque de momentos expostos
momentos a sós, momentos e sóis..
e eu vou estar sempre aqui, te olhando....
pelo canto do olho, te olhando nos olhos...
te simulando momentos, te vivendo sonhos
te sonhando comigo...
vem ser simplesmente
esse nosso presente de coisas impensadas
vem ser meu presente, meu amanha e meu depois
vem ser pra sempre...
ser essa nossa emoção de sermos dois no dia seguinte

e num outro, quem sabe...

e num outro, quem sabe...
.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Sabe...

.
sabe...
hoje eu te vivi novas cores
no apagado quarto dos amores de nos dois..
eu te vivi nos suspiros, nos solucos contidos de uma eternidade
eu te vivi meu momento, nosso fogo atento pelas essencias
pela nossa vontade de ser mais feliz!
eu te despi dos teus palcos,das tuas graças
mas nao foi por mal...
que mal faço eu em te querer sempre mais, sempre perto
sempre um pouco mais de tempo do teu perfume na minha roupa...
hoje eu te fiz amor, a gente se fez carinho
e nesse canto sozinho, nos fizemos assim
(eu em voce, voce em mim...)
uma saudade bem grande, uma nova melodia
um doce, uma manha, so pra lembrar, pra jamais esquecer...
so que eu sou assim, esse pudim de coisas intocadas
a gente fez, amor, das coisas mais vazias
uma imensidao de sonhos, vida que nao tem fim
pra ser ate a morte, o que nos der a sorte
de ser um pouco mais forte pra acreditar
pra se entregar, pra se arriscar e crescer
quero um soluço mais fundo, um grito mais sincero
um adeus mais aberto, um abraço mais humano
mais calorico, mais esterico, mais sufocante
quero tudo, como se fosse a gota d'agua...
a ultima gota.
nesse meu oceano de possibilidade...
das nossas possiblidades...
.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Antes de ontem

.
Hoje eu dediquei um tropeço
fiz do pulo o avesso
pois me faltou o pulso
me faltaram alguns segundos mais
de ar nos pulmões
Eu não queria mais palavras
nem novas psicologias
nem nunca na minha vida
havia desejado tanto ser
um pedaço frio de metal
pecinhas mínimas
repousadas sobre teu calor palpitante
tua frustração tão quente
Mas apenas sou o retrato do que sou mesmo
como acabastes por me descrever
sou mesmo essa coisa triste que tu falas
mãe, hoje eu vi uma coisa andante, pensante, chorante
mãe, essa coisa pulsa...
.
de repente, não mais que de repente...
eu me vi hamster...
.

...

.
e mais um dia se fez passar....
.

De hoje em diante...

.
Eu já não sei dizer coisa algum sobre tudo que sinto
já nem sei mesmo se sinto tanta das coisas que eu deveria
mas eu descobri contigo que posso sentir coisas novas
e fui me apaixonando aos poucos por esse nosso jeito louco e meio bobo de gostar
eu me desfiz em teus braços e te dei meu abraço pra você se encostar
pra você se encontrar e se perder comigo
você foi meu abrigo, a razão da minha fuga,
foi minha razão mais bonita e mais pura
eu me encontrei aos poucos, fui me fazendo inteira
e nessa brincadeira foi que eu aprendi, aprendi um pouco de tudo
aprendi do teu mundo e me encontrei assim
na doce 'alguma coisa' bem linda que vi no fundo dos teus olhos
eu não sabia o que esperar de ti, nem bem sabia o que esperar do que eu sentia
mas você me fez entender, assim meio sem entender
e sem bem nem saber direito o que sentia, descobri um sentimento novo no meu peito
uma coisa que se via nos olhos, meio sem querer, meio que querendo
eu não sabia que te amar seria assim tão fácil, e nunca pensei que te amar fosse ser tão difícil
mas nessa nossa aventura de ser quem nós somos, de construir nossos sonhos
tudo vale a pena se o sentimento é verdadeiro e recíproco
e a verdade é...
que eu quase nunca tenho palavras pra dizer o que sinto
porque sempre me fiz ter palavras pra dizer o que eu queria sentir
e hoje..hoje eu tenho um sentimento tão verdadeiro e pleno contigo
que eu não sei dizer, não sei mais descrever e as vezes é dificil acreditar
acreditar que encontrei a pessoa mais linda que eu podia desejar
e tudo que eu mais quero é não ser a pessoa que te faz chorar nas madrugadas da vida
mas a que te faz sorrir, que te faz feliz, assim como só você me faz
quero te acordar com uma bom dia, e mudar tua tarde
quero ser tua noite e a voz que ecoa nas tuas madrugadas
mas se hoje só posso, só consigo ser uma parte de tudo isso
quero te pedir uma coisa, uma coisa e mais nada
seja meu 'de hoje em diante'...
.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

pena

.


Hoje pode ser nossa última chance de sermos nos mesmos
de gritar de novo essa união tão de todos nos e de nenhum
essa nossa coisa de dizer verdade
de ter nossa própria verdade para tudo e para todos
somos todos nos partes desse grande problema
somos todos as soluções e as causas
mas de quem é então a culpa
se somos todos também culpados
somos inocentes, inocentados pela nossa consciência
até...o peso.
Somos a parte que nos cabe, somos a recompensa
somos o acusador e a pena
somos e somos
e é só isso que importa para mim neste momento
que sejamos mais plenos então nesse tempo a que nos submetemos
a este tempo que sejamos mais sinceros
pois as nossas mentiras apenas nos mostram mais sofrimento
nos torna mais humanos e menos o que somos
no nosso subconsciente do plenamente desejado
quero que seja mais vivo
mais ameno
mas se for ameno, meu Deus, será menos humano?
Seja quem deseja ser, seja quem realmente é
mas seja por favor, uma coisa inteira
uma coisa só, uma dor e uma alegria mais real
porque o mundo não é feito de sonhos nem de fantasias
essa coisa toda vem da carne, do olho a olho
do mano a mano
quer saber...deixa viver...

.