quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Títere II

cada um sabe das dores e curas que leva no peito
os medos são tantos para uma única verdade, nua e crua
eu nao te quis privar desses teus amores
nem mesmo cultivar esta farsa de um penar irremediavél e corrosivo

Pois há os que dão espaço para que deles se apossem
como godas d'água que correm sua pele, o hábito...
[como que semeando cores em treva]

é o que se diz daquilo que não tem fim ou começo certo
mas pra que ter fim coisas que nunca mudamou que nunca são por inteiro...

se foi amor, ou similar ou nem isso
deixa que seja, então, cedo ou tarde, um novo dia
[que um dia as horas cansam de não passar...]

cuide-se!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Títere

e não venha esperar de mim benevolência...

não vou mais me gabar dessas minhas linhas tortas
não vou mais me iludir por estas tuas curvas
tu que me destes tanto pra sonhar acordada
hoje me fecha os olhos a mensão de novo dia

sei bem que neguei..a mim, a ti... esse canto
recatei teus litros de amor e concreturas
e chorei a ti, amor, as verdades minhas
[e pois, hoje vivo de sonhos, futuro e dieta]

cansei de rimas e coisinhas melodiosas
desses nossos milindros, frufrus e pelúcias
desses nossos livros de coisas guardadas
das nossas revistas de coisas e memórias póstumas
[como que semeando cores em treva]

é o que se diz daquilo que não tem fim certo
mas pra que ter fim coisas que nunca mudam?
se é amor, ou similar ou nem isso
deixa que seja, então, cedo ou tarde, um novo dia
[que um dia as horas cansam de não passar...]

domingo, 27 de dezembro de 2009

Carnival

maculada noite segue adentro
cantigas de ninar, Amazonas, sereno
corre rio adentro na mata escura e pende
luar dentre mechas de folhas e cipós nativos

mato na cara de foice de medo e de garra
figura trincada na terra se diz caçador,
[se diz criador, se diz criatura]

foge da noite e da crença da treva que mina
do sangue do leite veneno de vil criatura

crava no seio o escudo de alta bravura,
fere a terra o bravo, o médio insano
fita penoso o presunto caido na lama
pobre quadrupede [dócil, indefesso, extinto]

ronca a sobrevivência [razão ambígua?]
e não lhe nega a flora [intestinal] adubo
esconde no fundo da pança benevolência

tende piedade de nós...

domingo, 20 de dezembro de 2009

'Incompletude'

Há os que dão espaço para que deles se apossem
como godas d'água que correm sua pele, o hábito...

domingo, 13 de dezembro de 2009

Querido diário...

hoje não é dia de poesia
não é dia de prosa, nem aqui nem lá fora
a beira da rua, levando o sereno, tirando sarro

não é dia de bom dia, nem de boas novas
é dia de cautela, de esperar pra ver e se deixar levar

não é dia de drama, hoje é dia de cama, de lanche e cafuné
é dia de cangote, caquiado e fronha limpa
[coisa fina, puro luxo]

hoje não é meu dia de fé,
não é meu dia de pé, nem de inferno
[pessoal, impessoal, ou coletivo]

hoje o dia cheira a coisa antiga, de rima, de virar noite, de coisa enlatada
sonhar acordada, de chamar de esperança, chamar de otimismo coisas passadas
caras pintadas, sorrisos amarelos, farelo na mesa e pé de jaca

hoje não é dia de terno, samba canção, all star
hoje despenso vestidos, jaleco, boné e meu eterno nariz de palhaço
[pausa para o vídeo dos 'laços' do youtube, vide anexo, neurônio 3.578]

hoje fico com os abraços lentos, lenços e o que se diz eterno
fico com o inverno, com o outono e deixo o resto para a moça do calendário

hoje dispenso diário, canetas bic e papeis manteiga
dispenso manobras, andares, carpetes e chaves extras

hoje eu quero toda calma que o silêncio me puder provir
e pra quem quiser...pode vir comigo
que a pé sempre cabe mais um...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

até o mar...

Porque o mar também tem seus dias tendenciosos
tende ao tédio, tende a calma
tende a explodir em espuma e areia branca
envolvendo céu e terra em um novo dia...