segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Post scriptum

tentei te enviar um carinho
assim de palavras curtas, assim de palavras ternas
das coisas de ontem e antes
das coisas que não quero mais

eu vi o teu nome na tela
entre Teresa e Thiago
entre rancores e magoas
eu vi o teu nome cortado
num coração espetado na seta de louco cupido
que fez dos teus olhos meu fogo
que fez de amores amigos

e entre uns abraços e beijos
de coisas azuis encarnadas
eu fiz um último apelo
em nome das coisas passadas

mas como coragem me falta
e rende em mim té agora
não deixo passar percebido
camuflo em agressões meu pedido

mas deixo escapar um suspiro
por fim a clareza desperta

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não serei eu o último romantico
pois que já não se fazem amores como antigamente...

Peripércias

com teu amor eu pude ser verdade
na nossa dança de esconde-esconde...
sobrevida, sobressalto, sobretudo

fortes pares, bocas doces
coração à vinagrete...

bonecas russas

tem certos amores marotos que batem na porta do peito
entram, prometem o mundo, fazem bagunça e partem
feito vendedor de enciclopédia

não há saída, o amor quando entra é caso perdido
é guerra interna [entre o juízo e a falta que faz...]

mas palavra que é palavra tem força e vontade própria
ingrato e indigno daquele que a desfaz
que diz e rediz coisas da boca pra fora
que brinca de vida e de escrita com os sentimentos[alheios alheios?]

eu prefiro mil vezes as cartas vazias daquele que nada dizem
mas que nos fazem provar céu e inferno em segundos
feito montanha-russas, feito chicletes ácidos

eu prefiro mil vezes os romances que entram pelas frestas, pelas fechaduras
daqueles amores quentinhos que põem tudo a ganhar e a perder [deixam tudo a prova]
amores de roleta-russa...