sábado, 13 de novembro de 2010

Perante os parênteses

nada vem a boca, não sei se é cheio ou vazio
não sei se é fartura ou se é falta
só que me falta palavra
seja coisa dita, coisa pensada

não tem a ver com coisa alguma
não tem a ver com dor, nem carne
não tem de ambas as partes preocupação ou receio

da parte que me cabe, das duas, das três e meia partes de mim
rogo por ter pressa, por ter ansia, por ter medo
de viver e morrer assim, sem poder ser ímpar, de ser par eterno

nas cores e tons de cada manhã, cada som, cada bronze
feito memória recente e memória dormida
na missão de lembrar as mazelas da vida
de lembrar pormenores de fagulhas felizes

[queima e arde em gozo um estalo refrescante de saudosa sinfonia a alma]

caduquices existenciais...

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.Pitacos alheios.