segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Poema encardido

a forma como me tomas, que me enolve inteira
carícia sorrateira, afago na alma
faz do corpo um, faz do meu e teu 'dois'
faz dias lindos das manhãs ainda escuras
despindo a noite nua de luar cativante
de olhar que ilumina

eu gosto do jeito dengoso que te cabe em meus braços
feito peça de encaixe, feito coisa partida e colada de novo
eu gosto do gosto, do gosto eu gosto
do sabor da goiaba madura, do desjejum [de você]

eu gosto da preguiça rasteira de toda saudade que teima
de toda angústia e todo sentimento teimoso
mas te envolvo aos poucos em meus braços
os laços, os atos, os feitos e ditos
do tempo que nunca se acaba, nunca se apaga, nunca dorme
e assim, um dia, eu sei
sem pressa, ão de partir estas dores...

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.Pitacos alheios.