domingo, 13 de dezembro de 2009

Querido diário...

hoje não é dia de poesia
não é dia de prosa, nem aqui nem lá fora
a beira da rua, levando o sereno, tirando sarro

não é dia de bom dia, nem de boas novas
é dia de cautela, de esperar pra ver e se deixar levar

não é dia de drama, hoje é dia de cama, de lanche e cafuné
é dia de cangote, caquiado e fronha limpa
[coisa fina, puro luxo]

hoje não é meu dia de fé,
não é meu dia de pé, nem de inferno
[pessoal, impessoal, ou coletivo]

hoje o dia cheira a coisa antiga, de rima, de virar noite, de coisa enlatada
sonhar acordada, de chamar de esperança, chamar de otimismo coisas passadas
caras pintadas, sorrisos amarelos, farelo na mesa e pé de jaca

hoje não é dia de terno, samba canção, all star
hoje despenso vestidos, jaleco, boné e meu eterno nariz de palhaço
[pausa para o vídeo dos 'laços' do youtube, vide anexo, neurônio 3.578]

hoje fico com os abraços lentos, lenços e o que se diz eterno
fico com o inverno, com o outono e deixo o resto para a moça do calendário

hoje dispenso diário, canetas bic e papeis manteiga
dispenso manobras, andares, carpetes e chaves extras

hoje eu quero toda calma que o silêncio me puder provir
e pra quem quiser...pode vir comigo
que a pé sempre cabe mais um...

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.Pitacos alheios.