quarta-feira, 26 de maio de 2010

Das bandas de cá pra dentro

terra de ninguém
diz-se do cadáver severino
terra de menino, pixote, moleque minguado
terra de machado, de pontas e ossos caídos
terra de rios seco, palma e terra rachada

terra de inchadas, de canteiros e cercas
terra de desmérito, de pecador [agoniza]
terra de muxoxo, nem de lama, terra de barro
terra com açúcar, doçura de barriga vazia

terra de ninguém, terra de medo, terra de cova
terra de dois sóis [um de noite, um de dia]
escorrendo à testa, ressecando os dedos
terra que morcego voa livre e fácil

terra de justiça navalha, terra esquecida, terreno nobre
no bucho seco e pobre de uma nação [Pernambuco]
corando o coro, esticando a pele, evenlhecendo o jovem[maduro]
sugando sedento até o último suspiro pingado esperançoso gritante da prece

fazendo sereno e cantiga pra matar até o tempo...
pra bem dizer os que vencem o purgatório na terra
espia longe e úmida, chuva da libertação...

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.Pitacos alheios.